
À medida que nos aproximamos do final de 2025, os números começam a mostrar uma trajetória mais clara para Lancia. Depois de alguns meses marcados por uma atitude de expetativa e por uma impressão persistente de sobrevivência e não de renascimento, o mês de novembro traz uma nova perspetiva: a marca italiana está a aguentar-se bem. Acima de tudo, continua a ter um melhor desempenho no seu mercado nacional do que vários outros construtores, apesar da sua muito maior visibilidade na Europa.
Em Itália, a Lancia mantém-se firme e procura um marco simbólico
Com 911 registos em novembro de 2025, a Lancia teve um mês decente, ligeiramente superior ao valor do mesmo período em 2023. Nada de espetacular, mas o suficiente para elevar o total anual para 9 173 unidades em Itália. Faltando um mês para o final do ano financeiro, a marca de 10.000 ainda está ao alcance, o que seria um importante sinal psicológico para uma marca que há muito flerta com volumes de quatro dígitos ao longo do ano.

No ranking anual italiano, a Lancia ainda está muito atrás de marcas como a Mazda, a Tesla e a Volvo, mas continua a ter uma vantagem significativa sobre a Honda, a Seat, a DS e a Lexus. Um paradoxo interessante, uma vez que estas marcas beneficiam de uma gama muito mais alargada e de uma sólida presença internacional. A Lancia, por seu lado, só pode contar com um modelo, o Ypsilon, que ocupa atualmente o 44º lugar na classificação italiana. Continua à frente do Audi A1, mas está agora muito atrás de um Suzuki Swift. Uma situação que resume o ano de 2025 para a marca: sem colapso, sem recuperação real.
A França confirma-se, mas não descola
A França, o segundo maior mercado da Lancia em 2025, continua a registar volumes muito modestos. Com 68 registos em novembro, o total anual atingiu 703 automóveis. Por outras palavras, o que a Lancia regista num ano em França é aproximadamente equivalente à atividade de um mês em Itália. O contraste é notável, ainda que a dinâmica se tenha mantido ligeiramente positiva desde o verão, impulsionada por ofertas comerciais agressivas e uma rede em expansão. No entanto, a França continua a ser um mercado estratégico para o futuro, não em termos de volumes actuais, mas em termos de potencial. As encomendas registadas nos últimos meses sugerem que as matrículas poderão estabilizar-se a um nível ligeiramente superior em 2026.
Espanha e Benelux: sinais fracos mas encorajadores
Em Espanha, onde o Lancia Ypsilon é produzido, o mês de novembro registou 43 matrículas. Este número eleva o total do ano até à data para 551 unidades, um número baixo tendo em conta o contexto industrial local, mas que se mantém no limite superior do que a marca alcançou este ano. Mais uma vez, a Lancia está presente, mas permanece em grande parte invisível em comparação com os seus rivais diretos.
Em contrapartida, a Bélgica registou o seu melhor mês do ano, com 39 matrículas em novembro, elevando o total para 227 unidades. Os Países Baixos seguiram uma trajetória semelhante, com 17 registos durante o mês e 139 desde janeiro. Estes volumes baixos, mas relativamente estáveis, mostram que a marca está lentamente a encontrar o seu lugar em certos mercados-alvo.
Uma presença europeia ainda muito limitada
Questionada pela Italpassion em novembro sobre um possível alargamento a outros mercados, como a Alemanha, a Áustria e a Suíça, a Lancia foi clara: não está na ordem do dia. Assim, a Alemanha continua fora de cena, com zero registos até 2025, apesar da procura por parte de alguns membros do público. A estratégia mantém-se cautelosa, quase minimalista, à espera de melhores dias.
12 000 vendas até 2025, e depois disso?
No total, de janeiro a novembro de 2025, a Lancia registou 10.793 automóveis. Com um mês de dezembro médio, a marca dos 12.000 automóveis para o ano parece estar ao alcance. Um número baixo à escala do mercado europeu, especialmente quando comparado com a DS, que também está a sofrer, e que ultrapassou as 40.000 vendas anuais em 2024, mas suficiente para manter a marca à tona.
Acima de tudo, a Lancia não dá a impressão de estar a navegar à vista. A marca acaba de oficializar o seu regresso ao WRC2, com dois pilotos de topo, o francês Yohan Rossel e o búlgaro Nikolay Gryazin. Este compromisso desportivo ultrapassa largamente os interesses comerciais imediatos e visa sobretudo a imagem. Simultaneamente, o futuro Lancia Gamma é esperado no próximo ano, com a ambição de acrescentar profundidade a uma gama atualmente reduzida a um único modelo. O futuro da Lancia continua incerto, frágil mesmo, mas a marca avança sem pressa, quase imperturbável. Em 2025, não estará a fazer muito negócio, mas em casa continuará a fazer melhor do que a Lexus, a Seat ou a DS.
| País | janeiro - novembro de 2025 |
|---|---|
| Itália | 9173 |
| França | 703 |
| Alemanha | 0 |
| Espanha | 551 |
| Bélgica | 227 |
| Países Baixos | 139 |
O Lancia Ypsilon carece de duas coisas: uma rede de concessionários (porque é que o Lancia não é sistematicamente vendido por concessionários Fiat-Abarth-Alfa Romeo-Jeep como no passado? De resto, em termos de design, acabamentos e comportamento, é um carro muito bom.
Aparentemente, existe um contrato específico para esta marca. O meu concessionário local não estava interessado no contrato de distribuição proposto para a Lancia.
Sabias que de janeiro a novembro de 2025 apenas o Panda (geração antiga, claro) esteve no top 10 das vendas de automóveis italianos, sendo o resto marcas estrangeiras, o Junior 50º, o ypsilon nem sequer no 100º! 😂😂😂