
Mudança de direção para Stellantis na Argélia. Na fábrica de Tafraoui, perto de Oran, onde o Fiat 500 foi um verdadeiro sucesso comercialo construtor automóvel italiano anunciou que vai cessar a sua produção. Uma decisão surpreendente, dada a popularidade do citadino, mas que se explica pela chegada de um novo modelo estratégico: o Fiat Grande Panda.
Um novo capítulo para os 500 na Argélia
Desde o seu lançamento em dezembro de 2023, a fábrica de Tafraoui produziu mais de 50 000 veículos, a maioria dos quais híbridos Fiat 500. Para o mercado argelino e norte-africano, este 500 representava uma alternativa acessível e popular, embora tecnicamente baseado na antiga geração, que foi agora substituída na Europa pelo novo 500 elétrico.

Mas Stellantis decidiu virar a página. Num comunicado de imprensa, a Fiat Argélia confirmou a cessação progressiva da produção do 500. No entanto, os últimos clientes serão entregues, em conformidade com os compromissos assumidos. E, para não deixar lacunas, a fábrica já está a preparar o lançamento da produção do Grande Panda.
O Grande Panda, uma aposta estratégica
Recentemente apresentado como um modelo com um posicionamento mais alargado, o Grande Panda vai substituir o 500 nas linhas de montagem de Tafraoui. Já produzido na Sérvia, juntar-se-á ao Fiat Doblo (versões LCV e carrinha) já aí montado.
Para Stellantis, a escolha era clara: optar por um veículo com maior potencial comercial. O Grande Panda, mais versátil e espaçoso que o 500, responde melhor às expectativas de um mercado emergente como a Argélia e o Norte de África, onde a procura se centra em veículos práticos e familiares.
Em menos de dois anos, a fábrica de Tafraoui, situada a cerca de quinze quilómetros de Oran, tornou-se um local-chave para a Stellantis no Norte de África. Para além dos seus volumes já significativos, beneficia de uma localização estratégica, de custos de produção competitivos e de um mercado automóvel argelino em rápido crescimento, com os seus 45 milhões de habitantes.
Para já, o Fiat Grande Panda produzido na Argélia será vendido nos países do Norte de África. Mas com dificuldades de produção na SérviaMas também pode servir como um plano B para abastecer outros mercados.
Porquê parar o Fiat 500 híbrido, que continua a vender bem na Argélia?
O Grande Panda e o Fiat 500 não ocupam o mesmo nicho, pelo que foi necessário continuar a produzir ambos.