
É um símbolo poderoso da mudança geográfica da marca: Fiat vende mais automóveis no Brasil do que em Itália... e de longe. Enquanto a marca italiana continua a declinar no seu próprio território, continua a ter um grande sucesso na América Latina, ao ponto de redefinir o que significa atualmente ser uma marca italiana.
Brasil: 241.428 automóveis Fiat registados em seis meses
Os números falam por si: com 241.428 unidades registadas entre janeiro e junho de 2025, O Brasil continua a ser o mercado número um da Fiat em todo o mundo, à frente da Itália (82.466 unidades), que registou uma enorme queda de 14 % em relação ao ano passado. O Brasil não só mantém a posição de número um que tem mantido desde 2019, como também aumenta a diferença com um crescimento anual de +9 %, e até +17 % em comparação com 2023.
Este sucesso não é um acaso. A Fiat oferece uma gama completa, acessível e local: Mobi, Argo, Pulse, Fastback, Cronos, Toro, Strada... sem esquecer as versões Abarth. Modelos adaptados às necessidades e às expectativas do mercado brasileiro, com uma estratégia industrial bem afinada, ao contrário do que acontece no Velho Continente.
Itália: a queda continua
Se os primeiros seis meses de 2025 servirem para alguma coisa, a Fiat está em declínio estrutural no seu próprio território. A marca vendeu "apenas" 82.466 veículos, menos 14 % do que na mesma altura do ano passado, e até 12 % há menos de dois anos. Uma queda preocupante.
O que é mais alarmante? Uma grande parte das vendas italianas (quase 70 %) ainda se baseia no antigo Fiat Panda, um modelo em fim de carreira, vendido mas ainda muito popular.
Argentina: a grande surpresa
Outro país com elevado crescimento é a Argentina, o terceiro maior mercado mundial da Fiat em 2025. Com 42.332 unidades vendidas (+92 %), a marca quase duplicará as suas vendas neste país em relação a 2024. Também aqui, a gama local é um trunfo, com modelos produzidos na região e concebidos para o poder de compra local.
A Europa fica para trás...
Entretanto, A Europa está a desmoronar-se. A situação é preocupante. Eis alguns exemplos de queda livre:
- Alemanha 8.663 unidades (-55 %)
- França 9.738 unidades (-53 %)
- Espanha 5.027 unidades (-54 %)
- Reino Unido 6.136 unidades (-29 %)
- Turquia 33 068 unidades (-35 %)
Nestes mercados, a estratégia de eletrificação total (Fiat 500e, Fiat 600e) não está a dar frutos. O resultado: perdas de dois dígitos em todas as frentes.
Fiat, uma marca italiana... com raízes latino-americanas
Com mais de 283 000 veículos vendidos apenas nos seus dois mercados latino-americanos, a Fiat gera mais de 65 % dos seus volumes fora da Europa.
A Fiat já não é o que era. O ícone italiano é agora uma marca global, impulsionada pelo Brasil e pela Argentina, que actuam como pilares comerciais num mundo em que a Europa está a recuar.
O Brasil é o novo coração pulsante da Fiat. E apesar de a marca estar a preparar o seu regresso ao Velho Continente com três novos modelosela sabe onde estão as suas prioridades. E já não é em Turim... mas em São Paulo.
País | Registos 6 meses 2025 | Alterar n-1 | Alteração n-2 |
---|---|---|---|
Brasil | 241428 | 9% | 17% |
Itália | 82466 | -14% | -12% |
Argentina | 42333 | 92% | 9% |
Turquia | 33067 | -35% | -46% |
Alemanha | 8662 | -55% | -64% |
França | 9737 | -53% | -51% |
Espanha | 5026 | -54% | -68% |
Reino Unido | 6135 | -29% | -39% |
Japão | 1856 | -16% | -22% |
Estados Unidos | 919 | 95% | 225% |
Total | 431629 | -4% | -9% |