
De janeiro a setembro de 2025, Fiat A Fiat vendeu pouco mais de 661 000 automóveis em todo o mundo, o que representa uma ligeira diminuição de -2 % em relação ao ano anterior. Mas um olhar mais atento à repartição por países revela uma surpresa: a Itália deixou de ser, de longe, o maior mercado da Fiat.
Brasil, a terra prometida da Fiat
É no Brasil que a marca italiana está a encontrar o seu ponto de apoio mais sólido. Com 384.639 matrículas em nove meses, a Fiat é simplesmente hegemónica no país. Para se ter uma ideia da diferença, este número representa mais do triplo das vendas realizadas em Itália no mesmo período. Este domínio explica-se por uma gama adaptada às necessidades locais e por uma presença industrial bem estabelecida.
Itália em segundo plano
A Fiat continua a ser um ator importante no seu mercado nacional, é certo, mas os volumes não estão nem perto dos da América Latina. Entre janeiro e setembro de 2025, foram registadas 112 119 matrículas em Itália, o que representa uma diminuição de -6 % em relação a 2024.
A boa notícia é que o Fiat Grande Panda está a começar a mudar tudo isso. Em setembro, entrou diretamente no top 10 das vendas italianas com 2 526 unidades, apesar de ainda não figurar no top 50 no início do verão. Juntamente com o Panda "clássico" e o 600, oferece uma lufada de ar fresco no catálogo.
Forte crescimento na Argentina
Outra surpresa é a Argentina: apesar de um mercado automóvel complexo, a Fiat vendeu 62.766 automóveis nos primeiros nove meses de 2025, um aumento espetacular de +81 %. Este crescimento torna o país um pilar estratégico para a marca, mesmo antes da chegada do Grande Panda prevista para 2026 neste mercado.
Outros mercados contrastantes
- Turquia: 52.385 registos, mas menos 25 no 1T3.
- Alemanha e França: cerca de 14.000 unidades cada, com quedas próximas de -45 %. Em França, o Fiat 600 teve um melhor desempenho (+3,6 %), mas o 500 sofreu (-81 %).
- Espanha: 8.033 registos, dominados pelo 600.
- Reino Unido: 8.117 unidades, em queda acentuada (-34 no 1T3).
- Japão: 3099 unidades, estável (-31TP3Q)
- Estados Unidos: um mercado minúsculo para a Fiat, com apenas 1 237 matrículas, apesar de um crescimento relativo (+57 no 1º trimestre).
2026 e 2027: anos cruciais
O final de 2025 deverá confirmar a ascensão do Grande Panda, que está agora a ser entregue em volume na Europa. Mas, acima de tudo, o calendário de 2026 promete ser decisivo:
- fevereiro de 2026: chegada das primeiras entregas do Fiat 500 híbridoque é aguardado com grande expetativa nos mercados europeus.
- primeiro semestre de 2026 : apresentação de dois novos SUVpara alargar uma gama que ainda não existe nos modelos de sucesso.
Com estes novos modelos, a Fiat espera inverter a tendência nos seus mercados históricos e regressar a um ritmo de vendas mais consentâneo com o seu estatuto de marca líder na Europa em 2026 e 2027.
País | Total Jan-Set 2025 | Variação em relação a 2024 |
---|---|---|
Brasil | 384 639 | +4 % |
Itália | 112 119 | -6 % |
Argentina | 62 766 | +81 % |
Turquia | 52 385 | -25 % |
França | 14 408 | -47 % |
Alemanha | 14 220 | -46 % |
Espanha | 8 033 | -36 % |
Reino Unido | 8 117 | -34 % |
Japão | 3 099 | -3 % |
Estados Unidos | 1 237 | +57 % |
Total | 661 023 | -2 % |
É preocupante para a Fiat o facto de as vendas mensais no Brasil, pelo segundo mês consecutivo (agosto, setembro), terem caído em relação a 2024. A este ritmo, existe um pequeno risco de a Fiat registar um declínio para 2025 no Brasil, se esta situação não se inverter no último trimestre.
Além disso, penso que os números citados para a Turquia estão errados, podem ser apenas as vendas do Tipo, mas as vendas totais da Fiat devem ser de 82 638, menos 18,2%
Nada de novo, de facto. Mesmo antes da aquisição da Chrysler, as únicas actividades rentáveis da Fiat eram o Brasil, a Turquia e os veículos comerciais ligeiros, o que poderá continuar a ser o caso.