
Enquanto Ferrari como Lamborghini A cada ano que passa, as empresas do sector automóvel batem recordes de vendas (e de margens), ao ponto de, por vezes, nos perguntarmos onde é que tudo isto vai parar. 2025 marca um ponto de viragem inesperado. Em certos mercados-chave, o duelo histórico entre o cavalo empinado e o touro de Sant'Agata Bolognese está a sofrer um reequilíbrio sem precedentes.
A Ferrari detém tradicionalmente a coroa mundial em termos de volume, graças à sua presença mais alargada e a uma imagem consistentemente forte. Mas a Lamborghini acaba de conseguir uma proeza: pela primeira vez, a marca italiana registou mais automóveis do que a Ferrari nos Estados Unidos, o seu maior mercado, e no Reino Unido, outro bastião europeu onde a Ferrari reinava até agora.
Os números: A Ferrari mantém-se na frente, mas a Lamborghini bate forte
No período de janeiro a agosto de 2025, a Ferrari matriculou 5 660 automóveis nos países estudados (Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e França). Segue-se a Lamborghini com 4.913 unidades. Globalmente, a Ferrari continua a liderar.
Mas os pormenores mudam:
- Estados Unidos: A Lamborghini assume a liderança com 2.227 vendas, contra 2.119 da Ferrari. Uma estreia que ilustra o apelo crescente dos SUV como o Urus, uma verdadeira potência comercial para a marca.
- Reino Unido: o touro volta a atacar com 610 matrículas, contra 498 da Ferrari.
- Itália: A Ferrari mantém a liderança (565 contra 403), mas a diferença continua a ser pequena.
- Alemanha: o terreno de caça preferido dos supercarros, a Ferrari domina claramente com 1300 vendas contra 922 da Lamborghini.
- Japão: a Ferrari continua a brilhar neste país (957 contra 664), confirmando o seu estatuto icónico entre os entusiastas locais.
- França: um mercado mais modesto, onde a Ferrari continua a estar bem à frente (221 contra 87).
Estes resultados mostram até que ponto o duelo entre os dois construtores italianos já não é apenas uma questão de força global. As preferências variam de país para país:
- Os americanos e os britânicos estão agora a voltar-se mais para a Lamborghini,
- Por outro lado, a Alemanha e o Japão continuam a ser os bastiões da Ferrari,
- A Itália, o berço de ambas as marcas, reflecte um mercado mais equilibrado.
Nota: na Suíça, as matrículas de Ferrari e Lamborghini não são publicadas. Menos ainda no Mónaco ou em Andorra!
O duelo ainda agora começou
A Ferrari continua, portanto, a ser líder mundial, mas a dinâmica é interessante: A Lamborghini está a conseguir inverter a tendência em mercados estratégicos, o que poderá baralhar as cartas a médio prazo. E se, dentro de alguns anos, o touro acabar por perturbar definitivamente o cavalo empinado na cena mundial?
Olá,
Um estudo interessante. Para a Lamborghini destruir completamente a Ferrari em termos de vendas, teria de lançar um SUV mais pequeno e mais acessível do que o Urus. Depois do Cayenne com molho Lamborghini, precisamos de um Macan com molho Lamborghini. Mesmo elétrico, tenho a certeza de que seria um sucesso em termos comerciais.
Mas isso está muito longe de ser o Purosangue da Ferrari.
O facto é que a Lamborghini vende mais de 60% de Urus, enquanto a Ferrari está limitada a uma quota de 20% de Purosangue (vendido ao dobro do preço de um Urus).
No mercado dos supercarros, a Lamborghini vende metade do número de automóveis.
Por outras palavras, o Urus é o SUV que esconde a floresta.
Isto não invalida o facto de Stefan Winckelmann, o mais latino e ilustre dos alemães, ter conseguido transformar a Lamborghini numa marca altamente atractiva, tanto em termos de produtos como de resultados comerciais e financeiros.
Exceptuando o Urus, de que não sou fã, todos os automóveis produzidos sob a sua direção foram grandes sucessos.
É o símbolo da evolução da sociedade de consumo global, com cada vez mais "novos ricos" à procura de veículos clássicos (um SUV é agora um clássico) mas com uma auréola desportiva e chique que vale bem a pena, como dizem os cosméticos...
Por exemplo, em agosto de 2025, por cada 255 Lamborghinis, 145 serão SUVs (ou seja, URUS), enquanto que por cada 226 carros da Ferrari, 25 serão SUVs (ou seja, Purosangue).
Quem quer que a Audi se afaste, tem um Lamborghini. Quem tem a Klasse, tem a Ferrari.
Obrigado, Alexandre, por estes últimos números, que ilustram na perfeição a diferença entre os dois inimigos: 57% de SUV para a Lamborghini contra 11% para a Ferrari. Em termos de vendas, a diferença é menos acentuada, uma vez que o Purosangue é vendido ao dobro do preço do Urus.
No entanto, no que diz respeito aos SUV, a Lamborghini não está à altura do seu vizinho de Maranello. Com 2 carros, reconhecidamente recentemente renovados, contra 9, para não falar das 4 séries especiais (488 especial e especial A, SF90XX e SF90XX spider), a batalha é desigual.