F1: um rival está "a tentar criar uma história" sobre a vantagem do motor Mercedes para obter alterações

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Enquanto o Fórmula 1 Numa altura em que o mundo do automobilismo se prepara para embarcar numa das maiores revoluções técnicas da sua história moderna, a batalha sobre os regulamentos dos motores para 2026 já não se trava apenas nos gabinetes de design. Está também a ser travada nas comunicações, nas interpretações e, agora, na narrativa mediática. Depois de vários dias de controvérsia em torno de uma potencial vantagem para o motor Mercedes, um dos principais intervenientes no paddock acaba de lançar uma pedra no sapato: segundo James Vowles, esta história foi deliberadamente construída por um rival com o objetivo de influenciar a FIA.

Uma vantagem técnica transformada numa questão política

Desde há vários dias que se tem vindo a debater uma solução técnica que explora a expansão térmica dos componentes internos dos motores 2026. Desenvolvida pela Mercedes e adoptada pela Red Bull Powertrains, esta interpretação permitiria respeitar o limite regulamentar da taxa de compressão de 16:1 durante os testes estáticos, beneficiando ao mesmo tempo de uma taxa mais elevada quando o motor estiver à temperatura da pista. A Ferrari, a Audi e a Honda reagiram imediatamente, escrevendo à FIA.Temia-se que essa vantagem congelasse a hierarquia assim que a nova era regulamentar começasse. No final, a Federação decidiu: desde que o motor passe nos testes oficiais a frio, é considerado legal. Uma decisão que, para muitos, parecia confirmar a liderança estrutural da Mercedes mesmo antes do primeiro Grande Prémio de 2026.

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James Vowles desmonta a "narrativa" da vantagem da Mercedes

É precisamente esta leitura que James Vowles, chefe de equipa da Williams e parceiro de motores da Mercedes, desafia frontalmente. Entrevistado pelo RacingNews365, o antigo estratega de Brackley desvalorizou qualquer certeza em torno da futura hierarquia de motores, chegando mesmo a sugerir uma manobra deliberada por parte de um concorrente. Segundo ele, a ideia de que a Mercedes já tinha o motor a bater estava longe de se basear em factos concretos. Pior ainda, teria sido conscientemente alimentada por um construtor rival com o objetivo de obter ajustamentos tardios dos regulamentos. Uma tática clássica de pressão na Fórmula 1.

Vowles insiste que nenhum fabricante de motores sabe realmente onde estará em 2026. A Ferrari, diz ele, continua a ser extremamente competitiva na sua capacidade de interpretar os regulamentos, enquanto a Honda entregou uma unidade de potência de referência em 2025. Na sua opinião, o cenário de uma onda de maré comparável à de 2014 é altamente improvável. Ao acusar um rival de "criar uma narrativa", James Vowles põe em causa a própria temporalidade da polémica. Se a Mercedes tem falado com a FIA há meses sobre o desenvolvimento do seu motor para 2026, porque é que esta preocupação só surgiu publicamente quando se aproximava a validação final das unidades de potência?

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2026: uma época já em curso nos bastidores

O facto é que os danos foram causados. Quer a vantagem da Mercedes seja real, exagerada ou manipulada, a dúvida foi lançada. Ferrari, Audi e Honda sabem agora que não poderão contar com uma reinterpretação dos regulamentos para compensar qualquer défice a curto prazo. Por seu lado, a Mercedes tem de lidar com uma pressão mediática que faz lembrar 2014, quando o seu domínio técnico desencadeou anos de frustração entre os seus rivais. Se algum rival tentou realmente "criar uma narrativa" em torno da vantagem do motor Mercedes, então a temporada de 2026 apenas confirma uma regra imutável da F1 moderna. A batalha começa sempre muito antes de as luzes se apagarem.


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